domingo, 28 de novembro de 2010

Uma boa companhia

     Cama, sono, televisão... O silêncio reina enquanto incomoda.
     Uma cama de solteiro se torna enorme em um momento desses. Duas pessoas, não se olham, não se falam e apenas trocam alfinetadas.
     É oferecido massagem, carinho e beijos. Todas as propostas recusadas.
     Duas horas ali, o que antes era pouco agora se torna o suficiente para eu querer ir embora. Enquanto ela dormia como um anjo, eu trocava de canal, sempre parava no mesmo filme e olhava uns pedaços, dormia em outros.
     Cerca de cinco horas depois, não mais sábado e sim domingo, o assunto aparece como nunca, mãos percorrem o corpo um do outro e eis que surge o ato sexual, bom como sempre.
     A conversa é retomada, é tida  para mim como uma experiência única. Concordamos em muitos pontos e discordamos em outros. Falamos sobre nossos sentimentos e sobre outras pessoas.
     Pegamos no sono e acordamos como se nada tivesse acontecido, sem cobranças de ambos os lados e sem uma história de amor. Enquanto um for uma boa companhia para o outro, seguimos em frente.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Como uma injeção de endorfina

     No começo um pouco de receio, medo e tensão. Nervosismo de saber como seria o pós. Aos poucos a alegria, o prazer e mais tarde a euforia.
     Como se tivessem me injetado endorfina. Não a criei sozinha dentro de mim, colocaram ela lá e nem perguntaram se eu queria. Não reclamo porque foi bom. Foi ótimo.
     Durou horas e horas e foi apenas uma única dose. Felicidade e nervosismo lado-a-lado, me fazendo quase explodir e agir como nunca antes fiz. Agora paro e penso, e se vicia? Me preocupo.
     Sei que detesto agulhas e seringas. Mas entregaria meu corpo novamente para uma nova dosagem.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Exceção da regra

     O que há de errado em abraçar mais uma vez, visitar mais uma vez, sairmos juntos de novo?
     Ainda gosto de ir te visitar, de ver filmes contigo, ainda gosto do teu cabelo sempre me incomodando, de tu me pedindo massagens e 'beijinhos' daquele jeito cativante que só tu consegue ter (e que sempre me convence). Dos teus olhos verdes, do teu cheiro, dos teus beijos...
     Ainda andamos de mãos dadas pelas ruas. Vamos ao cinema e saímos para comer e beber. Dormimos juntos quando nos da na telha, seja sábado ou terça-feira.
     Já tentamos namorar uma vez, durou pouco. Não houveram brigas nem discussões, não há em quem botar a culpa por não ter dado certo, apenas não deu. Preferimos que fique como está.
     Os abraços estão cada vez melhores e mais fortes. Os elogios e carícias cada vez mais atraentes.
     
     Para muitos soa estranho, para nós, somos só a exceção da regra. Somos apenas ex-namorados.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Flexibilidade

     Dizer sim sempre. Aceitar os convites, participar, sair, ir para outra cidade... Vontade? Nem sempre. Mas ir por companheirismo.
     Convidar, insistir, programar... Ouvir um "talvez", um "vamos ver" ou "a gente combina até lá". Esperar ansioso, criar expectativas e aceitar na boa a frustração de ouvir um "não vai dar".
     Será que vale a pena ser tão flexível? Até que ponto vale aceitar tudo na boa sem ter algo em troca? Não sei, mas tento para um dia descobrir.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Tempo curto

     O tempo sempre foi algo pequeno demais para nós dois.
     Menos de dez horas passavam como um vulto. Três ou quatro dias não eram distantes disso.
     A conversa que nunca se acabava era algo incrível, fascinante para ambos. Caminhando, no ônibus, esperando o ônibus, na cama, na sala, nas festas... Qualquer hora, qualquer lugar. Sempre existiu uma enorme ligação que nos fazia conversar por horas sem enjoar um do outro.
     Um dia a conversa diminuiu. No outro, mais. Foi acabando, diminuindo as risadas e a vontade de conversar... E como tudo, um dia acabou.
     Se hoje quiséssemos trocar uma ideia, mesmo que por coincidência de dobrarmos a mesma esquina na mesma hora, o tempo novamente seria pouco. Eu acredito que uma hora seria pouco. Eu sei que seria pouco.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Segundo plano.

     Vamos fingir que eu estou aqui.
     Vou deixar o celular ligado, mas sem atender. Vou estar online no MSN, mas sem responder. Vou ler os seus e-mails e fingir que nunca olho minha caixa de entrada.
     Estarei ali em corpo, mas sempre quando EU quiser permanecerei ali em mente. Confie em mim e reze para que eu cumpra com o combinado.
     Combine coisas comigo, mas me avise todos os dias do que combinamos e mesmo assim, nunca se esqueça que eu poderei faltar.
     Me procure, me traga chocolates, flores... Me faça feliz e esteja sempre presente. Assim que der, vou retribuir tudo isso. Acho.