quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Sem desfecho

     A fumaça do cigarro sobe, a cerveja do copo esquenta, os olhos de seu rosto fixam-se em um ponto e os pensamentos de sua mente voam como nunca. 
     - Alguém aí tem papel e caneta? 
     Ele não sabe se fez certo ou errado, como tudo em sua vida. Mas fez. Ultimamente, a única coisa que faz sabendo que é certo, é arrumar computadores. 
     Dorme e sonha. Acorda e vive. 
     Vasculhando seus arquivos no desktop, encontra uma lista de filmes, dos quais poucos foram vistos como o planejado. Decidindo o que por pra tocar, nota músicas diferentes do seu gosto. De cinco em cinco minutos olha para o seu telefone esperando que ele toque. Ansiedade. Arrependimento por ter feito o que parecia o certo. 
      Ele fingia não acreditar, mas sabia o que ali se passava. Aquilo com o que nunca se preocupou apareceu e se fez presente no cotidiano. Incomodando, alfinetando.
      Resolve fazer algo que não faz parte dos seus princípios. Volta atrás. Decide e age rápido sem pensar no que pode acontecer. Sai na chuva, anoitecendo e vai em busca do que quer.
      O final? Ele ainda não chegou lá. Mas de vez em quando consegue o que quer.